segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Encontros e despedidas

             Estávamos há quase dois meses aqui em Paris sem ver nenhum conhecido, mas sexta o destino me presenteou com um encontro mágico com uma amiga de Bento. E não foi qualquer amiga; foi uma amiga que eu não via há muitos anos. A última vez em que nos encontramos deve fazer pra mais de cinco anos, e lembro que foi no café do Shopping L’América. Agora tivemos a oportunidade de nos encontrarmos em Paris.

             A Thaisa é uma amiga da infância feliz e intensa da Giovani Menegotto, rua em que crescemos e que exploramos com nossas bicicletas. Amiga também de caminhadas, baladas, confissões e planos da adolescência. Por razões que só o destino conhece, seguimos caminhos diferentes e ficamos sem contato por muitos anos. Semana passada eu mandei as atualizações do meu blog para meus contatos e, pra minha felicidade, ela respondeu dizendo que estava vindo para uma feira aqui em Paris. Duas ou três ligações e, à uma hora da tarde de sexta, nos encontramos no Meridian Étoile. Ela me esperava no saguão e veio ao meu encontro de braços abertos e sorriso nas orelhas.             
Depois que ela fechou a conta, saímos para um passeio, não mais pelas ruas do bairro São Roque, mas pelas calçadas do Montmartre. Felizes da vida, como aquelas duas meninas que achavam o máximo se aventurarem pelo centro de Bento. Ela queria conhecer a Basílica do Sacre Coeur, então pegamos um metrô, descemos na estação Lamarck Caulaincourt e subimos as charmosas ruas em direção ao templo. Não tinha muitos turistas, então pudemos aproveitar o que o lugar nos proporciona: nada mais do que a linda Paris vista de cima. Curtimos aquele momento único e depois fomos dar uma passeada pelo quartier do Moulin Rouge e tomar um café parisien que a minha amiga fez questão de pagar pra mim.  Tivemos somente duas horas para matar as saudades e para contar as novas, pois às quatro da tarde ela deveria estar de volta ao hotel para depois seguir rumo ao aeroporto.
Tem amigos que você fica um tempo sem ver e, quando encontra, não tem nada pra dizer. Não foi o nosso caso. Apesar de o tempo ter sido curto, estávamos ofegantes de tanto falar. Não teria faltado assunto nem se tivéssemos ficado vinte e quatro horas conversando ininterruptamente. Pena que o relógio foi nosso inimigo. Já na hora de ela ir embora, comprei dois postais para ela entregar à minha família, e enquanto eu escrevia os recados, cheia de saudades e lembranças, ela me olhava com lágrimas nos olhos.
            Não chora, Thaty, a vida tem dessas. Certamente nos encontraremos mais vezes de hoje em diante, no Bairro Aparecida ou na Champs-Élysées, no Shopping L’América ou no castelo de Buckingham. O que importa é que a amizade continua a mesma.
            



Um comentário:

  1. Pois bem RE, me fez ficar com lágrimas nos olhos também...belíssimos comentários...fotos...amizades ! Fique com Deus, aproveite tudo ao máximo ! Um grande Beijo !

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